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domingo, 30 de agosto de 2009

E AS LÍNGUAS ESTRANHAS?


Atendendo aos pedidos de alguns irmãos, estamos postando estudos acerca da obra do Espírito Santo na Igreja. Para tanto, iremos trazer algumas obras e autores como referência, cuja concentração se dá sobre o fenômeno das línguas, e, após, emitiremos um parecer acerca das línguas em obras pentecostais. Por enquanto extrairemos do NDIT do NT algumas informações importantes acerca da palavra 'língua'.
No Novo Dicionário Internacional de teologia do Novo Testamento, temos a palavra ‘glossa’(língua), que na LXX(Septuaginta, a versão do AT em grego) ‘glossa’ aparece na forma ‘glotta’. Em cerca de 100 das 160 vezes, aponta para idioma, linguagem. Aparece também como órgão de homens e animais (Ex 4.10; Jz 7.5), e figuradamente ‘como a faculdade da fala’, ‘linguagem’ (Gn 11.7). Portanto, no AT nada há que indique algum tipo de língua ‘estranha’, de natureza diferente das faladas comumente pelos homens.
Já o emprego de ‘língua’ no N.T. (atestado 52 vezes, segundo o DIT) não foge do seu uso no AT. ‘Glossa’ aparece em Atos no batismo com o Espírito Santo e em 1 Co. Aparece como parte o corpo (Lc 16.24; Ap 16.10), órgão da fala (Lc 1.64; Mc 7.35; 1 Jo 3.18; Tg 1.26). É também vista de modo intercambiável (At 2.11) com a palavra grega ‘dialekto’(At 2.8), dialeto, idioma. Em 1Co 14.21, Paulo cita o texto de Isaías 28.11,12, onde en heteroglossois é usado com o significado de ‘homens de outras línguas’. Dessa forma, não podemos pegar a hipérbole de 1Co13 e dizer que existe um fenômeno chamado ‘línguas dos anjos’ para aqueles que foram batizados com o Espírito Santo nos moldes do pentecostalismo. Não se pode construir tal ensino sobre um texto isolado, principalmente quando a totalidade das demais aparições do termo prova o contrário.
Nos próximos artigos iremos retornar à questão da natureza das línguas que eram faladas na igreja apostólica.

Anderson Teixeira.

2 comentários:

Danilo Neves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Danilo Neves disse...

O pentecostalismo prega uma volta ao pentecoste em At 2, incluindo os sinais ali descritos. O texto do irmão põe essa linha doutrinária em sérios problemas hermenêuticos, sem contar o simples contexto de At 2 que por si só indica "idiomas". Acontece que na doutrina petecostal, a experiência subjetiva, emocionalista, serve de "prova hermenêutica" nesse assunto. Aí complica qualquer exposição objetiva, exegética a respeito do mesmo

Gostei do texto, irmão! Abraço.