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quarta-feira, 27 de abril de 2016

III – A EFICÁCIA DO BATISMO


III – A EFICÁCIA DO BATISMO.
Pr. João Ricardo Ferreira de França.
            Compete-nos tratar também deste tema que se relaciona com o Batismo Cristão que é o assunto da eficácia deste sacramento. Isto é importante porque na tradição romanista o sacramento do Batismo possui conotações regeneradoras, ou seja, para o catolicismo romano o batismo opera a salvação.
            Outra preocupação que nos faz ocupar deste assunto é fato de que na tradição evangélica-protestante há uma tendência ao rebatismo como padrão doutrinário ou mesmo como uma distinção entre os que seguem a doutrina ortodoxa e os que são heterodoxos ou até mesmo os que são tidos como heréticos.
3.1 – A Eficácia dos Sacramentos e a Confissão de Fé de Westminster:
            Qual é a validade dos sacramentos na vida cristã? Qualquer pessoa que ministrar os sacramentos deve ser aceito como válido? Geralmente a resposta que nós oferecemos a estas duas questões é que a validade do batismo e a sua eficácia depende de quem realizou o sacramento; entretanto a Confissão de Fé de Westmister apresenta uma resposta interessante:
III. A graça significada nos sacramentos ou por meio deles, quando devidamente usados, não é conferida por qualquer, poder neles existentes; nem a eficácia deles depende da piedade ou intenção de quem os administra, mas da obra do Espírito e da palavra da instituição, a qual, juntamente com o preceito que autoriza o uso deles, contém uma promessa de benefício aos que dignamente o recebem.[1]
            A declaração da Confissão de fé neste particular assegura que a validade dos sacramentos não é dependente da piedade (santidade) ou da intenção (pressuposto teológico) daquele que o administra. Isto se aplica aos dois sacramentos ordenados e estabelecidos pelo Senhor.

3.2 – A Validade e Eficácia do Batismo:

            A doutrina da comunhão dos santos é expressa no credo apostólico “Creio na Comunhão dos Santos” – geralmente se entende aqui uma comunhão mística e também a santa ceia como sendo a forma visível desta comunhão, pois, ela expressa a unidade da Igreja.
            Mas, quando estudamos a Carta de Paulo aos Efésios encontramos Paulo dizendo: “Há uma só fé, um só batismo” (Efésios 4.8). Será que a doutrina do sacramento do Batismo expressa exatamente a unidade? A unidade da fé expressa pelo Batismo tem deixado de ser analisado; e tem-se colocado para a Igreja uma postura de sermos negligente a este particular.
            Quando lemos esta expressão Paulina nos vem a mente a prática do rebatismo dentro da tradição evangélica-protestante. Está correto a prática do rebatismo? Quando presbiterianos, congregacionais, luteranos, anglicanos e reformados são recebidos em outras comunidades evangélicas são automaticamente constrangidos a rebatizar-se. Será que isso é válido?
            A Confissão de fé de Westminster quando toca nesta temática nos traz a lume uma resposta importante: “VII. O sacramento do batismo deve ser administrado uma só vez a uma mesma pessoa[2]
            A Confissão de Fé assegura-nos que o sacramento do Batismo deve ser administrado uma só vez sobre a mesma pessoa. Esta posição adotada é uma forma de combater os anabatistas que não aceitavam o pedobatismo[3]; bem como aqueles que julgavam o modo de batizar por aspersão errado e procuravam rebatizar por imersão. A Confissão de fé usa o texto de Tito 3.5 como fundamento para a sua posição.
            Mas, a grande questão é: Quanto aos que são oriundos do Catolicismo Romano, eles devem ser rebatizados? O tema em si mesmo é melindroso, polêmico e incômodo, pois, o presbiterianismo brasileiro é um dos poucos no mundo a rebatizar católicos quando estes se convertem ao protestantismo.

3.3 – Os Reformadores e a Validade do Batismo na tradição cristã:
            Devemos considerar a posição dos principais reformadores quanto a questão da validade do Batismo, como eles de fato encaravam o sacramento para entendermos a problemática a respeito deste polêmico assunto.
            Qual era a concepção dos primeiros reformadores a respeito da validade eficácia do Batismo como sacramento estabelecido por Cristo Jesus na Igreja? A sabedoria da igreja (ou ignorância como alguns poderão alegar) deve ser sempre ouvida quanto a este assunto, a catolicidade da Igreja reclama ser ouvida neste particular, inclusive na tradição Reformada.
3.3.1 – Martinho Lutero:

            Há muitos que asseguram que a validade do batismo está vinculado a quem administra: por exemplo, se for o batismo efetivado pelo pastor (evangélico ou protestante) este batismo deve ser aceito como válido, mas se for realizado por um sacerdote católico romano deve ser rejeitado.
Curioso é que este pensamento nunca esteve presente na mente dos primeiros reformadores, incluindo Matinho Lutero que afirma que o ser humano batiza e não batiza, então ele explica: “batiza, porque efetua a obra ao submergir o batizando. Não batiza, já que nesta obra não age por sua própria autoridade, mas representa Deus[...]” e ainda informa que “o batismo que recebemos por mãos de um ser humano, não é do ser humano, mas de Cristo e de Deus”.[4]
            A validade e eficácia do sacramento batismal não se vincula a intenção ou a pessoa quem o administra. Uma vez que este sacramento é outorgado por Deus à igreja por meio de um mandato divino, e o que o torna válido é invocação do Deus trino para isso, então, não demérito no sacramente por causa de quem o administra.
3.3.2 – Ulrich Zwínglio:
            Um dos reformadores pouco conhecido no Brasil chama-se Zwínglio ou Zuínglio foi reformador na cidade de Zurique na Suiça, ele sustentara que o batismo e a santa ceia não eram meios de graça, para ele estes sacramentos nada carregavam de redentivo.[5]. Para este reformador o sacramento do Batismo era símbolo da unidade, por isso, admite um só batismo.[6]   
3.3.3 – João Calvino:
            O reformador francês que residiu em Genebra e naquela cidade desenvolveu o ministério da Palavra. Elaborou uma teologia dos sacramentos que se faz presente em todas as confissões de fé reformadas incluindo os Padrões de Westminster (padrões doutrinários na Igreja Presbiteriana).
            Calvino segue a definição agostiniana para os sacramentos “uma forma visível de uma graça invisível”[7]O reformador de Genebra chama o sacramento do Batismo de uma “marca de nosso cristianismo” e do “sinal no qual somos recebidos na Igreja, para que enxertados em Cristo sejamos contados entre os filhos de Deus”.[8]
            Quanto ao tema da validade e eficácia do Batismo Calvino revela que tanto um quanto o outro não depende de quem celebra o sacramento, porque devemos receber o batismo como “se o recebêssemos das mãos do próprio Deus[...] pode-se deduzir daqui de que nem se tira, nem se acrescenta nada ao Sacramento a causa da dignidade de quem o administra [...] quando se envia uma carta não se importe quem seja o portador”.[9]
A tradição cristã Reformada nos deixa o legado de que o batismo tem a sua validade eficácia não por causa da intenção de quem administra. Isto também é assegurado na Confissão de Fé de Westmisnter quando trata dos sacramentos: “[...]; nem a eficácia deles depende da piedade ou intenção de quem os administra, mas da obra do Espírito e da palavra da instituição, a qual, juntamente com o preceito que autoriza o uso deles, contém uma promessa de benefício aos que dignamente o recebem. Ref. Rom. 2:28-29; I Ped. 3:21; Mat. 3:11; I Cor. 12:13; Luc. 22:19-20; I Cor. 11:26.”
O que nós aprendemos aqui sobre a validade e a eficácia do sacramento do Batismo? Que para “a validade do sacramento é essencial que seja ministrado ‘em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’”.[10] Ou seja, quando lemos Mateus 28.19 temos alí o designativo de Deus que dá sentido e validade ao Bastismo.



[1] Confissão de Fé Capítulo XVII seção IIII.
[2] Confissão de Fé Capítulo XVIII seção 7
[3] Pedobatismo = ao batismo dos filhos dos crentes recém-nascidos.
[4] LUTERO, Matinho.  Do Cativeiro Babilônico da Igreja In: Obras Selecionadas, Volume II, p. 379.
[5] TILLICH, Paul. História do Pensamento Cristão, 1998, p.237.
[6] Apud, KLEIN, Carlos Jeremias. Batismo e Rebatismo  nas mais Diversas Tradições Cristãs. São Paulo: fonte Editorial, 2010, p.43-44.
[7] CALVINO, Juan. Institución de la Religón Cristiana. Barcelona: Felire, 1999, p. 1007-1008
[8] Ibid, p. 1028.
[9] Ibid, p. 1037.                                   
[10] HODGE, A.A. Esboços de Teológia. Tradução: F.J.C.S - Lisboa. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas (PES), 2001, p.846

sábado, 19 de março de 2016

O ESTADO DA ALMA DEPOIS DA MORTE



1. A Doutrina Protestante

A Bíblia nunca fala que o homem tem algum outro corpo à parte de seu tabernáculo terreno e do corpo que há de possuir após a ressurreição. No entanto fala da alma como ativa e consciente quando está ausente no corpo e presente com o Senhor, e se a alma é uma substancia então ela possui poder, um poder de auto manifestação e um poder produtivo com base em sua natureza. A existência contínua da alma depois da morte é assunto à revelação divina. Constituía parte da fé da Igreja antes da vinda de Cristo. A revelação de todas as doutrinas que tratam dos destinos e salvação dos homens tem sido seguramente progressiva. Portanto, não deve surpreender-nos que a questão do estado futuro esteja muito menos desenvolvida no AT do que no NT. No entanto está ali. Quando Paulo (2Tm 1.10) se refere a “nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a imortalidade por meio do evangelho”, não se deve causar surpresa ao dizer que a vida futura era desconhecida.

Quando o texto bíblico de Gênesis 3.19 diz: “...tu és pó, e ao pó retornarás”. (RA). Entende-se que o substantivo feminino alma ou נֶפֶשׁ (nephesh) não pode ser visto como pó, mas sopro, sendo semelhante à espirito (i.e., alma e espirito são termos sinônimos – apresentam a mesma ideia, que é a composição imaterial do homem), e, portanto, segundo a teologia dos hebreus, não deveria voltar ao pó; mas a Deus que a dera. Consequentemente, descobrimos que, por todas as Escrituras veterotestamentárias, apresentam-se os mais elevados conceitos acerca da natureza e do destino do homem. Lemos continuamente no AT que os mortos vão para os pais, como que descendo ao “Sheol”, ou seja, ao estado invisível que os gregos chamavam Hades. O Sheol é apresentado como o receptáculo ou morada geral dos espíritos dos falecidos, os quais estão ali em estado de consciência; alguns deles em estado de desventura e outros, de bem aventurança. Em todos os pontos, a ideia pagã do Hades corresponde à ideia bíblica do Sheol. Todas as almas iam para o Hades, algumas morando no Tártaro e outras, no Elíseo. Os hebreus consideravam que a alma dos mortos tinham consciência e atividade, é coisa evidente por prática na necromancia, e confirmada pela aparição de Samuel e Saul, tal como registrada em 1 Samuel 28.

Devemos ter em mente que no NT há um comentário inspirado, e, portanto um comentário infalível das Escrituras veterotestamentárias. Com base neste comentário, aprendemos que o Velho Testamento contém muito que de outra maneira já havíamos descoberto. E assim temos no NT as mais explícitas declarações não só de que estava revelada no AT a doutrina de um estado futuro, mas que ela desde o principio constituía parte da fé do povo de Deus.

Textos que reforçam esta ideia:

Atos 26.6-8 - “E, agora, estou aqui para ser julgado por causa da esperança da promessa feita por Deus a nossos pais. a qual as nossas doze tribos, servindo a Deus fervorosamente noite e dia, esperam alcançar; é por causa desta esperança, ó rei, que eu sou acusado pelos judeus. Por que é que se julga entre vós incrível que Deus ressuscite os mortos?”

A promessa a que ele se refere é a promessa de redenção por meio do Messias, redenção que inclui a libertação de seu povo do poder da morte e de outras más consequências do pecado. Esta era a promessa cujo cumprimento esperavam as doze tribos. Portanto, afirma-se que a crença em uma vida futura era parte de toda a religião hebreia.

Gálatas 3.8 - “Ora, a Escritura, prevendo que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou previamente a boa nova a Abraão...”

O evangelho, contudo, no sentido apostólico do termo, é a boa nova da salvação; e salvação é livramento da penalidade da lei e a restauração à imagem e ai favor de Deus, isso necessariamente envolve uma ideia de uma vida futura; de um estado futuro de miséria da qual a alma se torna livre, e de um estado futuro de glória e bem aventurança no qual ela foi introduzida.

Hebreus 11.13-16 - “Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Ora, os que tais coisas dizem, mostram que estão buscando uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de voltar. Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade”.

Portanto, a fé dos santos Veterotestamentários no invisível e eterno era tão intensa como a de qualquer outro grupo de pessoas desde a criação. Pois o que eles disseram foram do Espírito Santo, então o que disseram foi o que Deus disse. Temos, pois, a firme palavra da inspiração que nos diz que o povo de Deus creu, desde o princípio, em um estado de existência consciente para além do túmulo. Não carece de argumento e ninguém discute que esta é a doutrina do Novo Testamento.

2. O Estado Intermediário

Assim como todos creem na ressurreição do corpo e no juízo futuro, também todos creem em um estado intermediário. Ou seja, creem que há um estado de existência entre morte e ressurreição, e que a condição dos mortos durante esse intervalo é diferente.

A Bíblia não ensina antropologia de maneira formal, nem na esfera da fisiologia nem na da psicologia como área de ciência humana, mas pressupõe muito do que subjaz a esses diversos ensinos. Pressupõem que a alma e o corpo são duas substancias ligadas em uma união vital para constituir o homem, no atual estado de existência, como uma pessoa individual. Pressupõe que a sede dessa personalidade é alma. A alma é o eu, o Ego, do qual o corpo é o órgão. Pressupõe que a alma continua sua existência consciente, bem sua capacidade de agir e de perceber ações, uma vez separada do corpo. Já vimos que essa é a doutrina da Bíblia inteira. Os mortos, segundo as Escrituras, não deixam de existir; não deixam de continuar conscientes e ativos.

Algumas considerações:

Nosso Senhor prometeu que ressuscitaria seu povo dos mortos no ultimo dia. Portanto, parece estar envolvido na natureza da redenção de Cristo, e da união entre seu povo, que, enquanto estiverem ausentes do corpo, estarão presentes no Senhor. É inconcebível que, habitando neles o Espírito de Deus, que é o Espírito de santidade e glória, mergulhem na morte em um estado de existência inferior àquele que desfrutavam neste mundo. Portanto, descobrimos que, na parábola do rico e Lázaro, Cristo diz: “Aconteceu que morreu o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão” (Lc 16.22). Portanto é inegável que a implicação de que em seu caso a transição foi imediata da terra para o céu. Ainda mais explicita é a declaração de nosso Senhor ao ladrão penitente: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). A palavra paraíso aparece em outras passagens no NT. Em 2 Coríntios 12.4, Paulo diz que foi arrebatado ao paraíso, o que explica dizendo que foi arrebatado até o terceiro céu. E em Apocalipse 2.7, Cristo diz: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas. Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus”. Portanto, é indubitável que o paraíso é o céu, e, consequentemente, quando Cristo prometeu ao ladrão moribundo que naquele dia ele mesmo estaria no paraíso, a promessa é que ele estaria no céu. Portanto, parece impossível que todo aquele que não repousa sua fé nos pais, e sim, na Bíblia, possa negar que alma do crente, na morte, entra no céu.

A palavra céu é certamente um termo de tão ampla aplicação na Bíblia como vida diária. Falamos das aves do céu; das estrelas do céu; de nosso Pai que está no céu; e dos crentes como cidadãos do céu. Que o paraíso e céu não são a mesma coisa é mera disputa semântica. Se a palavra céu for tomada em um de seus sentidos legítimos, então é a mesma coisa; o Apóstolo, porém, diz que estão agora  εν τοις επουρανιοις (Ef 2.6), ou seja, no céu. O paraíso, como termo empregado por Cristo e seus Apóstolos, é o lugar onde Cristo está agora e donde se manifesta sua presença e glória. Que esse é o lugar onde finalmente ele estabelecerá seu reino, e que todos os redimidos, revestidos de seus corpos ressurretos, estarão reunidos ali.

Rev. Alfeu Magalhães.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Em breve Introdução ao Novo Testamento

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Entrevista com um ex-maçom.

Queremos enfatizar que essa entrevista não tem como objetivo matar a curiosidade das pessoas e sim esclarecer algumas coisas, principalmente os diversos boatos.

Observação do entrevistado
 --
O objetivo desse post não é atacar a maçonaria, e sim mostrar aos Cristãos que a verdadeira luz está fora dela; Tudo é justo e perfeito apenas na Glória de Cristo. As Escrituras são superiores a qualquer instrução moral e filosófica. Também decidi não dizer os segredos que são irrelevantes para o Cristão, seria apenas uma forma de satisfazer a curiosidade. E aos que se sentem incomodados com as críticas alheias, sugiro refletirem no seguinte versículo:
-E pela tua ciência perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu.
Ora, pecando assim contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo.
Por isso, se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize. 1 Coríntios 8:11-13
Também não desejo causar polêmica, mas desejo que os Cristãos não se sintam seduzidos por um seleto grupo de maneira que possam se sentir mais especiais.
--

Entrevista concedida dia 22 de Julho de 2015.

- Deus para a maçonaria é um ser pessoal? Você diria que é o Deus bíblico?

Acreditam em um só "deus" que deseja salvar a todos os homens que fazem boas obras. A aproximação de "deus" se dá em fazer o bem. Então para "deus" convencer o homem a fazer o bem, tenta falar com o homem de diversas maneiras: Enviando Moisés, Jesus, Maomé, Buda, Zaratustra, etc. Sendo que o mesmo "deus" teria enviado todos eles. Porque há vários caminhos para esse "deus", e o caminho é fazer o bem diante da visão maçônica.

- Há doutrinas na maçonaria? Eles usam a Bíblia ou ela é só um enfeite?

A Bíblia na maçonaria é só mais um símbolo. Se a loja for em terra judaica é substituída por uma Torá, não precisa necessariamente ser em terra judaica, mas vai de acordo com os membros. Igualmente aos membros de outras religiões, como pode ser um Corão se os membros muçulmanos quiserem. A Bíblia é tão simbólica que vi um Judeu prestando juramento diante da bíblia. É chamado de livro sagrado na verdade. Mas só lêem alguns trechos como "Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união" se referindo à união entre os irmãos maçons. Utilizam partes fora de contexto.

- Afinal eles ensinam ou não um tipo de religião lá? E se é uma religião o que buscam afinal? Se não adoram exclusivamente a Jesus?

Eles juram que não, a maçonaria não é religião, mas desafio a tentar discutir acerca de soterologia com eles por exemplo, pois são unânimes em dizer que a salvação é pelas obras. Uma salvação extremamente pelagiana mesmo, entende? Posso considerar a maçonaria como uma religião ecumênica, aceita pessoas de todos os credos, mas faz os membros acreditarem que todos adoram o mesmo Deus, que todos os que fazem o bem se encontrarão no "oriente eterno" que é uma representação universal do "paraíso das religiões", como a Jerusalém Celestial para nós Cristãos. Sobre o que eles buscam, é ter uma vida de retidão e perfeição moral e intelectual, se livrar da ignorância, fanatismo e intolerância, praticar o bem, etc. Vou fazer uma analogia: São como uma pedra bruta, que ao viver uma vida “de retidão” vai sendo esculpida até se tornar uma pedra polida. Como se fosse o homem caído da nossa doutrina, se transformando e sendo justificado, se tornando santo, pela graça de Deus. Mas nesse caso ele seria transformado sem a graça de Deus!

- A maçonaria não aceita mulheres? E o porque disto?

Não aceitam mulheres, as lojas que aceitam são consideradas irregulares. Os membros das lojas regulares não podem visitar essas lojas e quem é irregular não é considerado maçom de acordo com todas as potências maçônicas. E sobre a proibição das mulheres, envolvem vários fatores como cultura da época do nascimento da maçonaria especulativa em que as mulheres não saíam de casa em certos horários e sequer tinham voz, como não podiam visitar bares aonde os maçons precisaram se reunir algumas vezes durante as revoluções, alguns até falam do medo do enfraquecimento da fraternidade por causa das mulheres (nós homens não somos muito racionais na presença das mulheres) e existem muitos fatores. Alguns mais radicais levam ao lado místico e falam sobre ordens solares e lunares, algo que nunca entendi por não ler sobre esoterismo. Também há a questão tradicional, para remeter à maçonaria operativa (época em que era constituída por construtores) e a Ordem dos Templários. Mas há ordens femininas paramaçônicas como a estrela do oriente (para parente de maçons), filhas de Jó (jovens parentes de maçons) e arco íris (qualquer jovem).

- É difícil se desligar da organização?

É fácil se desligar da organização, você manda uma carta em formato de petição. Mas você não deixa de ser maçom e ficam chamando para voltar. Dizem que era difícil no passado, mas hoje são tolerantes.

- Você acha que o que acontece e é revelados aos que tem grau inferior serve só de fachada pra esconder algo por dentro? E já ouviu falar que eles ensinam a divinização do homem?
Eu te diria que são diferentes níveis de conhecimento. Os graus menores são ensinamentos mais básicos que te deixa mais preparado e tolerante para o ensinamento que há de vir e se adaptar com a forma de ensinamento por ritual, que envolve bastante reflexão. Para alguém que cresce no evangelho por exemplo, fica difícil aceitar de cara a salvação por obras, então ele recebe algumas doses de humanismo para crer no seguinte: Se há várias religiões, por que a minha seria certa já que o meu Ir.'. é de outra religião e pratica mais o bem do que eu? Deus é injusto por mandar pessoas que fizeram o bem mas não conheceram Jesus para o inferno e mandar para o céu quem fez o mal, mas depois se arrepender e nascer de novo em Cristo? Por que o que praticou mais o bem merece menos do que o que está em Cristo? Isso não é falado nos rituais, mas pode ser discutido entre os IIr.'. se alguém confessar sua fé acerca da salvação de Cristo. Nos rituais isso é demonstrado implicitamente apenas, mas vai ficando mais clara a salvação por obras ao longo da jornada, os graus se categorizam em lojas, mas fica complicado explicar.

- Você sente que sua vida pode estar ameaçada de alguma forma ao sair da maçonaria?

De forma alguma, os IIr.'. somente chamam para voltar a ser ativo.

- Queria saber qual o sinal que usam para saber que o outro é maçom. Tipo, tive um professor que é maçom e ele disse que se o carro de um maçom estraga - na pista, por exemplo - eles tem tipo um "código/sinal" que da pra saber. Logo, assim que passar outro maçom na pista, irá ajudá-lo. Isso é mesmo verdade?! Há algum código?! Se sim, poderia dizer qual!?

Há o adesivo do compasso que pode ser normal ou ter também a indicação da potência maçônica ou M.'.I.'.C.'.T.'.M.'.R.'. e os toques de buzina, todavia isso é só no carro. Pois há maneiras de reconhecimento pessoais. Por exemplo, ficar com os pés em forma de esquadro imitando a seguinte figura \ / com os calcanhares colados, e o aperto de mão é dado com a mão direita exercendo pressão com o polegar sobre a articulação da falange do indicador. Há outras maneiras também, mas esse post não é sobre curiosidades.

-O que é, definitivamente, a maçonaria?
Ótima pergunta, mas é impossível responder em poucas palavras. Vou tentar resumir: é uma sociedade discreta aonde homens ditos livres e de bons costumes buscam se livrar dos vícios e aprimorar suas virtudes. São praticados rituais simbólicos, mas não são nada místicos como a maioria dos profanos pensam. São de diversas maneiras, falando de forma para simplificar bastante, um maçom responde a fala de outro oficial de acordo com o que está escrito no ritual e há também como "representações teatrais". É difícil explicar com palavras como é o ritual, posso falar detalhadamente depois e mostrar coisas semelhantes. Há também a questão da fraternidade, aonde os IIr.'. prometem proteger os outros e vivem se comunicando. É normal receber vários telefonemas ao dia e ter várias pessoas preocupadas entre si. Também pregam uma união universal, mas a heresia entra quando a fraternidade entra na religião, tentando unificar até a soteriologia e a cosmovisão.

-Pelo que conhece, pensa que a maçonaria usaria blefes e mentiras para exercer influência na sociedade?

É um pouco complexo, mas vamos dizer que não mentem no aspecto subjetivo. Falam a verdade que conhecem, porque acreditam verdadeiramente que tudo é justo e perfeito mesmo aonde não há evangelho.

- O que a maçonaria tem a ver com os illuminati?

Isso é lenda urbana. Os illuminatis foram dizimados e entre os sobreviventes, alguns eram iniciados também na maçonaria e outros vieram a iniciar posteriormente, mas nada que seja conspiratório.

- Porque todo maçom tem que ser rico?

Isso não é verdade, mas é ideal ao menos ter independência e estabilidade financeira para arcar com despesas, como a mensalidade da loja, filantropias e anuidade do grande oriente. É questão de bom senso mesmo.

- Há de fato a infiltração de membros da Maçonaria em igrejas cristãs? Qual o objetivo principal?

Não existe infiltração, existem Cristãos e pastores iniciados (erroneamente) na maçonaria.

- É verdade e porque motivo a sala é redonda e com vários símbolos?

A sala não é redonda, mas uma representação do Templo de Salomão, porém com vários símbolos inseridos.

- Porque os maçons mais velhos, fazem maldades com as pessoas que não são maçons?

Isso não acontece.

- É verdade o que o ex-bruxo tio Chico fala sobre a maçonaria em seu testemunho no Youtube?

Não, o tio Chico conta mentiras. Só acredite nele, se você acreditar que uma pessoa pode ir do Brasil para a África dirigindo uma BMW.

- O que mudou em sua vida ao ser liberto pelo mestre?

É incomparável viver para Jesus, não tenho palavras para descrever.

– Há rituais? Se sim, envolvem sacrifícios? Por um acaso a maçonaria em si, faz alguma analogia à práticas satânicas? Quando você começou a perceber que havia algo de errado na maçonaria?

Faz analogia aos mistérios egípcios e tem semelhança com outras fraternidades, como a mística Golden Dawn, alquimia, astrologia, e outros, estão contidos de forma oculta nos rituais, e sabemos que isto não vem de Deus. Não envolvem sacrifícios, os rituais são simbólicos, apesar dessas coisas contidas que acabei de descrever. Eu comecei a perceber que havia algo de errado pela bíblia, não há como crer na salvação pela Graça redentora de Cristo e na salvação alcançada pelo homem ao mesmo tempo, não há como crer que há um só Deus e um só mediador e ao mesmo tempo crer que o muçulmano será salvo, não há como viver para pregar o evangelho de Cristo achando que as outras pessoas estão certas seguindo outras religiões. “porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12).

- Existe realmente as reuniões secretas dentro da maçonaria?

As reuniões são secretas, em regra.

- A que conclusão chegou com respeito da maçonaria? Considera ela uma organização cristã?

Só seria Cristã se os Judeus, Católicos devotos de santos, muçulmanos e outros, fossem salvos por outra via que não fosse o sacrifício da cruz.

 - Qual espera que seja o resultado dessa entrevista?

Que possamos tirar as rédeas de alguns eleitos cegos por falsas doutrinas. Glória a Deus por isso.