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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O QUE É SER PRESBITERIANO

               O QUE É SER PRESBITERIANO DE FATO NO PRESBITERIANISMO
                                             Prof. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução: o que é o presbiterianismo? O que é uma Igreja Presbiteriana? Por que sou presbiteriano? Será que sou presbiteriano? O que é ser presbiteriano? Estas são as perguntas que precisamos responder para começarmos a entender a nossa igreja, a nossa doutrina e a nossa liturgia.
            É triste notar que muitos membros de nossas igrejas não conhecem o tesouro que possuem; e assim, acham que o cobre reluz mais que o ouro. O presbiterianismo é um ramo do cristianismo que tem muito a nos oferecer no entendimento correto das Escrituras. O presbiterianismo é “uma forma diferenciada de cristianismo”[1], esta é uma declaração inegável a ponto de um pastor tecer palavras similares ao dizer: “Quem conhece o presbiterianismo, não sai dele”[2].
            Conheço muitas pessoas que são presbiterianas desde a sua infância - são presbiterianos por tradição. Conheço outras que se tornaram presbiterianas - saíram de suas igrejas e vieram para a Igreja Presbiteriana; o curioso é que muitas vieram por questões de doutrina, outros por afinidade, outros por julgarem ser esta  a igreja dos intelectuais e coisas do tipo. Todavia, existe um terceiro grupo de pessoas que são presbiterianas que são aquelas que foram convertidas através da pregação de algum pastor presbiteriano e decidiram fazer parte desta igreja. Em qual tipo de pessoa você se encaixa? Deixe-me ajudá-lo a saber que tipo de presbiteriano você é!
I - O QUE SIGNIFICA SER PRESBITERIANO:
            Depois de olharmos negativamente a questão, vejamos ela de forma positiva, ou seja, o que de fato significa ser presbiteriano?
2.1 - Compreender e aceitar o governo da Igreja.
            Você já se perguntou por que a Igreja se chama presbiteriana? A resposta está ligada a quem dirige e governa a Igreja. Alguém já deve ter perguntado a você “quem manda na sua igreja?” E talvez a resposta que tenha saído de sua boca tenha sido “o pastor”, mas esta resposta não toda a verdade. A questão que lidamos é quem deve governar a Igreja. Três propostas são oferecidas pela história da Igreja:
1 - O Bispo = o Sistema Episcopal diz que o bispo que não é eleito pela igreja deve ter a primazia nas decisões referentes à Igreja.
1        - O povo = O sistema Congregacional ou Independente, todo o povo governa e manda na igreja.
2        -  Os Presbíteros = O sistema presbiteriano diz que alguns governam sobre todos.
O sistema episcopal diz que o bispo e maior que o presbítero, todavia, a Escritura nos ensina que essa distinção não é verdadeira: Atos. 20.17,28.
Note: De mileto mandou chamar os “Presbíteros de Éfeso” (vs.17) - observem o termo plural na Igreja local deve haver mais de um presbítero; esses presbíteros são chamados de bispos (supervisores) e que possuem a função de pastorear o rebanho de Deus (vs.28).
A)    A Igreja do Novo Testamento era governada por presbíteros (Atos 11.30).
B)    A Igreja do Novo Testamento promovia eleição de vários presbíteros para uma mesma igreja (Atos 14.23)
C)    Problemas em uma igreja local deveriam ser resolvidom em concílio de presbíteros (Atos 15.2,4,6,22,23)
D)    As decisões destes presbíteros devem ser acatadas (Atos.16.4).
E)     Existem dois tipos de presbíteros: 1) os regentes; 2) os docentes (1 Timóteo 5.17).
2.2 - Compreender e aceitar a doutrina da Igreja.
            A nossa doutrina é um dos pontos que mais nos cativam dentro da igreja presbiteriana. O nosso sistema de doutrinas é conhecido na história como sistema reformado de doutrinas ou Calvinismo.
            A igreja presbiteriana é uma igreja reformada que nasceu na reforma protestante na cidade genebra e na Escócia. Em Genebra o seu líder foi João Calvino e na Escócia o seu líder foi João Knox. Posteriormente a doutrina da Igreja Presbiteriana ficou conhecida como Teologia Reformada  ou Teologia Calvinista.  Que podem ser estruturadas em cinco pontos. Nós iremos ver um após o outro.
II - O PRESBITERIANISMO E TOTAL DEPREVAÇÃO DO HOMEM - O PRIMEIRO PONTO DO CALVINISMO.
2.1  - o que significa a depravação total do homem?
A nossa Confissão de Fé declara o seguinte:
“II. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma.  IV. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais. ”[3]
Esta depravação inclui todo  o ser humano seu coração tornou-se maligno, perverso e incapaz de fazer o bem para a sua salvação.
2.2  - A Depravação Total segundo a Bíblia:
Nós como crentes bíblicos ensinamos que o homem não possui livre-arbítrio. Há igrejas que defendem que o homem é livre para escolher ir para o céu; todavia, a Bíblia nos ensina algo totalmente contrário a isso. Vejamos:
1)      Desde a queda de Adão no Éden o homem possui uma natureza pecaminosa e morreu em seus pecados, por isso, é incapaz de fazer o que é bom. A Bíblia ensina de forma clara: Gn.2.17 - “no dia em comerdes certamente morrerás” um morto tem vontade livre? Pode escolher alguma coisa?. Agora observe o texto de Efésios 2.1-3: este texto nos mostra que o pecador  está “morto em delitos e pecados”, sendo “objeto da ira de Deus”  que precisa ser  vivificado por Deus, e isso só ocorre pela graça soberana do Senhor (vs.8-10). Seguindo para o salmo 51.5 e 58.3 vemos o que é o homem desde o ventre materno; o homem precisa ser nascido do alto - dos céus (João 3.1,3) porque encontra-se morto em seus pecados.
2)      Sendo decaídos, o coração e a mente  do homem são pecaminosos: O profeta Jeremias declara isso de forma clara no capítulo 17.9. Aqui vemos que o coração do homem é “desesperadamente corrupto” é enganoso e completamente corrompido pelo pecado. Ninguém pode sondar a si mesmo, a menos que Deus o faça soberanamente (vs.10). Em Efésios 4.17-19  somos introduzidos ao conceito de que a queda e o pecado afetaram todas as constituições do homem sua mente e seu coração estão entenebrecidos.
3)      Esta depravação torna o homem em escravo do pecado: Jesus declarou isso de forma categórica em Jo.8.34,44; em 2 Timóteo  2.25-26 temos uma descrição desta prisão que homem tem em pecado, ele não possui nenhum livre-arbítrio para se libertar do pecado que sempre está em sua natureza.
4)      Os homens em pecados entregues a si mesmos são incapazes de fazer o bem, logo a  livre vontade é uma ilusão: O profeta Jeremias diz exatamente isso em 13.23 e Mateus ensina que homem não pode mudar sua própria natureza no capítulo 7.16-18.


[1] NASCIMENTO, Adão Carlos & MATOS, Alderi Souza. O que Todo Presbiteriano Inteligente deve saber. São Paulo: Socep, 2001, p.8.
[2] Idem.
[3] Confissão de Fé de Westminster , Capítulo 6, seções 2 e 4.

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