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sábado, 18 de julho de 2015

Os pequenos papas evangélicos


"De fato, se no romanismo foi acolhida a figura de um papa apenas, no movimento pentecostal ocorreu a diabólica proliferação de um exército de pequenos papas locais, todos reivindicando autoridade divina e infalibilidade absoluta sob os títulos de bispo, apóstolo, profeta ou patriarca.
Com incrível ousadia, todas essas figuras alegam que Deus lhes fala diretamente e, à semelhança dos pontífices medievais, não aceitam que suas opiniões ou condutas sejam questionadas por ninguém e em nenhum grau.

Também à semelhança dos papas renascentistas, esses facínoras exploram a boa-fé do povo e juntam tesouros para si, vendendo quinquilharias que dizem ser santas e dotadas de poder. Na verdade, isso acontece hoje numa escala tão grande que é fácil concluir que os papas medievais, em termos de engano e estelionato, teriam muito que aprender com os pequenos papas da atualidade que reinam soberanos nas igrejas pentecostais."

Marcos Granconato

A inconsistência da ciência sem Deus

É importante deixar claro também que o conhecimento cientifico é a obediência ao mandato cultural de Gênesis 1:26
Recentemente, a revista VEJA publicou uma entrevista com o astrofísico americano Neil Degrasse Tyson, com a frase: “Não vejo evidências que corroborem a existência de Deus” estampada.
O que este artigo visa não são argumentos a posteriori para a existência de Deus, nem tampouco apresentam uma solução sobre o que os filósofos chamam de “problema do mal” (Se bem que se há algum problema, o problema é deles!), que foi o que astrofísico tanto frisou em sua entrevista, e muito menos mostrar a falibilidade do método cientifico.
Talvez em outra oportunidade eu possa tratar dessas coisas, mas no momento o meu objetivo principal neste artigo é demonstrar a inconsistência da ciência à parte de Deus, como bem já apresentou o título, e como a ciência é possível somente com Deus.
O presente artigo também não tem por finalidade fornecer argumentos exaustivos sobre o assunto (apesar de este ser o meu desejo, mas não vejo momento propício para isso); antes, procura ser objetivo e direto em poucas linhas.
Alguns poderão achar prepotência da minha parte, afinal, não é comum um jovem de 18 anos de idade querer ensinar algo à um astrofísico de 56 anos; mas não nego que renomeados intelectuais incrédulos são verdadeiramente inteligentes no sentido de que fazem uso extremamente sofisticado e engenhoso das suas faculdades mentais, mas são estultos em rejeitar o óbvio e demonstrarei isso aqui. Mas, por que homens inteligentes fogem tanto de Deus? Porque estão determinados a serem antes “modernos” que fiéis à Palavra de Deus.
É importante deixar claro também que o conhecimento cientifico é a obediência ao mandato cultural de Gênesis 1:26 quando no versículo, existe uma ordem explícita para “dominarmos sobre a terra”. Sim, os cientistas incrédulos cumprem o plano pactual de Deus mesmo sem saber!
Um breve resumo das origens da ciência moderna
Alfred North Whitehead, um renomeado pesquisador na área da filosofia da ciência, diz na sua exposição do tema “Ciência e o mundo moderno” que o Cristianismo é a mãe das ciências, por causa da insistência da Idade Média na racionalidade inteligível de Deus”. Whitehead também falava da confiança “na racionalidade inteligível do ser pessoal”.
Naquelas palestras, ele também dizia que foi graças à racionalidade de Deus que os primeiros cientistas conseguiram manter a sua “confiança inexpugnável em que qualquer evento detalhado pode ser correlacionado com antecedentes, de forma perfeitamente definida, exemplificando princípios gerais.
Sem esse tipo de fé, todos os inacreditáveis esforços dos cientistas seriam em vão”. Em outras palavras, os primeiros cientistas não ficavam nada surpresos em descobrir que era possível alguém achar algo de verdadeiro sobre a natureza e o universo com base na razão, e o motivo disso era a crença de que o mundo foi criado por um Deus inteligível.
Vivendo com a concepção de que o mundo foi criado por um Deus inteligível, os cientistas podiam progredir com confiança, na expectativa de poder descobrir coisas acerca do mundo por meio da observação e experimentação. Esta era a sua base epistemológica – os fundamentos filosóficos que lhe davam a certeza de que podiam desenvolver conhecimentos (epistemologia é a teoria do conhecimento – como sabemos, ou como sabemos que podemos saber).
Já que o mundo foi criado por um Deus inteligível, esses cientistas não ficavam surpresos por encontrar uma correlação entre eles enquanto observadores e a coisa observada – isto é, entre o sujeito e objeto. Este fundamento serve de norma para toda pessoa ou coisa, no âmbito da estrutura de pensamento cristão, não importa se está observando uma cadeira ou as moléculas que compõem uma cadeira. Sem este fundamento, não teria nascido a ciência moderna no mundo ocidental.
Francis Bacon, considerado o fundador da ciência moderna, levava a Bíblia a sério, sobretudo a temática sobre a queda do homem em Adão, isto é, a rebeldia do homem na história. Em Novum Organum Scientiarum, ele afirmava que: “com a queda, os homens perderam o seu estado de inocência e, ao mesmo tempo, o seu controle sobre a criação. Ambas as perdas, entretanto, podem, em parte, ser reparadas ainda neste mundo; a primeira pela religião e fé e a última, por meio das artes e ciências”. Note que Bacon não vê a ciência como autônoma. O homem não é autônomo – inclusive sua ciência. O homem, portanto, deve levar a sério o que a Bíblia ensina sobre a História e sobre o que ela diz ter ocorrido no cosmos.
Citando novamente Bacon: ”para concluir, portanto, não podemos deixar nenhum homem, por pretensões insanas à sobriedade, ou uma doentia moderação aplicada, pensar ou sustentar que o homem possa ir longe demais na pesquisa ou ser excessivamente entendido no livro das palavras de Deus ou no livro das obras de Deus”. Para Bacon, o “livro das palavras de Deus” é a Bíblia; “o livro das obras de Deus” é o mundo que Deus criou.
Portanto, para Bacon, bem como para os demais cientistas que trabalhavam a partir do fundamento cristão, não havia, em última instância, nenhuma separação ou conflito entre os ensinamentos da Bíblia e da ciência. Eles defendiam uma concepção de uniformidade das causas naturais em um sistema aberto, ou, como também pode ser dito, eles defendiam a uniformidade das causas naturais em um espaço de tempo limitado e somente o cristianismo pode servir de base para isso.
A uniformidade da natureza
A uniformidade da natureza é o fundamento de toda a ciência, isto é, pressupor que o universo seja lógico e ordenado, e que siga as leis matemáticas constantes sobre o tempo e o espaço. A uniformidade simplesmente insiste que as leis da natureza são consistentes e não mudam arbitrariamente no tempo ou no espaço, embora condições e processos específicos possam mudar. O astrofisico citado no inicio do artigo demonstra implicitamente isso na entrevista completa concedita ao afirmar sobre as predições que a ciência pode fazer.
Essas predições só podem existir se houver certa regularidade no universo. O problema para o ateísmo é que tal regularidade somente faz sentido numa cosmovisão de criação bíblica.
Numa cosmovisão ateísta, o mundo dos “fatos” surge do “caos” – isto é o acaso final. E consequentemente, assume que a realidade não é divinamente criada e controlada de acordo com o plano de Deus. Contraditoriamente, ele assume fazendo ciência que a realidade é segundo toda racionalidade constituída.
Pois se o mundo não fosse racional, ou como eu disse “uniforme”, não poderia haver ciência. Em contrapartida, para os cristãos, a uniformidade da natureza repousa sobre o plano de Deus. A coerência que ele vê é tomada como analógica de resultado da absoluta coerência de Deus na criação do universo.
A tarefa do cristão, nas ciências, é a de descobrir a estrutura do mundo, ordenada por Deus. Para o cristão, o homem e o mundo são feitos um para o outro, de maneira que as habilidades racionais do homem são aplicáveis ao mundo à medida que o homem “domina a terra”.´
Esses princípios cristãos são absolutamente essenciais para a ciência. Quando executamos um experimento repetidamente, nas mesmas condições anteriores, esperamos que ele tenha os mesmos resultados todas as vezes. Os cientistas são capazes de fazer predições apenas porque existe uniformidade como resultado do poder consistente e soberano de Deus.
A experimentação cientifica seria inútil sem uniformidade; nós obteríamos resultados diferentes toda vez que realizássemos o mesmo experimento, destruindo a própria possibilidade do conhecimento científico. Se por hipótese Deus não existisse, a alternativa seria dizer que tudo é ordenado por acaso, todo pensamento é fútil e todos os juízos éticos são nulos e vazios.
É bom deixar claro que eu não estou dizendo que aqueles que rejeitam a cosmovisão cristã não fazem ciência. O que estou dizendo é que um cientista é inconsistente quando não professa o cristianismo. Ele alega que o universo não é projetado, mas faz ciência como se o universo fosse projetado e mantido uniformemente por Deus.
Em Gênesis 8:22, Deus promete que podemos ter em vista certo grau de uniformidade no futuro. Sem a criação bíblica, a base racional para a uniformidade está perdida! A escolha é simples: Deus e a inteligibilidade do Universo ou o Caos e a ininteligibilidade do Universo.
A idolatria científica
O coração do homem é uma fábrica de ídolos, escreveu Calvino. O grande problema de boa parte dos cientistas modernos é a idolatria. A perda total de significado implícita no ateísmo é demais para que muitos suportem. As pessoas precisam de alguns valores, alguns padrões, algumas maneiras para orientarem suas vidas. Entre essas pessoas, aqueles que continuam a resistir à crença no verdadeiro Deus tornam-se inconsistentes quanto ao seu ateísmo. Se não querem o verdadeiro Deus, terão de procurar outro.
E uns dos deuses deste século é a ciência moderna à parte de Deus. A ciência não cristã é amplamente divinizada e cultuada, mas agora está mais vulnerável do que em todos estes últimos quatrocentos anos. O compromisso do coração do descrente é opor-se a Deus, e, assim, ele procura fugir da sua responsabilidade de obedecer qualquer lei escriturística, inclusive as normas requeridas para o conhecimento. Mas ele não pode ter sucesso. Na verdade, ele não pode nem sequer atacar a lei sem presumir sua verdade, tornando dessa maneira o seu pensamento duvidoso.
A queda do homem no Éden foi uma tentativa de independência de Deus em cada aspecto da vida. O homem buscou seus próprios ideais de verdade em algo fora de Deus, diretamente dentro de si mesmo(racionalismo), ou indiretamente no universo ao seu redor(empirismo). Originalmente, o homem havia interpretado o universo sob a direção de Deus, mas agora busca interpretar o universo sem referência a Deus.
O homem fez de si mesmo um ideal falso de conhecimento, um ideal de compreensão absoluta não derivativa. Ele nunca teria feito isso se mantivesse o reconhecimento de sua condição de criatura. O homem buscou um ideal inatingível, e o resultado? Uma miséria intelectual sem fim.
Cristo, É o Senhor soberano de tudo, inclusive do nosso pensamento. Intelectuais são geralmente orgulhosos de sua autonomia e esse orgulho não pode prevalecer. Nas palavras de John Frame: ”Deus rejeita a sabedoria do mundo e chama seu povo, oferecendo-lhe uma sabedoria especial, dele próprio, uma sabedoria que se contrapõe agudamente aos valores do mundo. Os crentes são pela sabedoria de Deus e contra o falso ensino, mesmo quando enfrentam os mais difíceis desafios.
Esse assunto é melindroso para os homens modernos; é difícil apresentar de modo atraente o autoritarismo intelectual! Liberdade intelectual, liberdade acadêmica, liberdade de expressão e de pensamento – esses são valores importantes em nosso tempo. Podem os homens modernos ser levados adorar um Deus que é um autoritário intelectual? Isso depende, claro, de Deus e de sua graça. O fato é, porém, que esse autoritarismo é a fonte da verdadeira liberdade intelectual.”
Eu reitero dizendo que não há como fugir: Deus é a sua autoridade intelectual ou algum aspecto da realidade criada; se você escolher a segunda opção, você estará condenado a idolatria, e consequentemente, fadado a inconsistência intelectual no mundo de Deus.
Obras referenciais:
Ciência e o mundo moderno, de Alfred North Whitehead
 Novum Organum Scientiarum, de Francis Bacon
 A Doutrina do Conhecimento de Deus, de John Frame
 Como Viveremos?, de Francis Schaeffer
 O Pastor Reformado e o Pensamento Moderno, de Cornelius Van Til

Texto: Gabriel Reis

Revisão de texto: Raquel Magalhães

Fonte: GOSPELPRIME

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Em defesa de uma moralidade legislada


Um dos mitos mais absurdos do nosso tempo é que “você não pode legislar moralidade”. Nada poderia estar mais longe da verdade. Toda lei é uma moralidade legislada.
Leis são promulgadas para proteger pessoas e propriedades ou para promover a saúde e a segurança. Leis dizem que algo é bom, então a sociedade a protegerá, ou que algo é mau, e portanto será regulado ou punido. Leis contra roubo e assassinato são declarações morais sobre o direito à propriedade privada e sobre a santidade da vida. Até mesmo um sinal de PARE é uma lei moral. Um sinal de PARE diz que você não tem o direito de arriscar a vida de outras pessoas por dirigir de maneira imprudente. Muito tem sido dito em anos recentes sobre aborto e atividades homosseuxais como passando de um pedido de aceitação para um status legal favorecido. Isso é verdadeiro e representa uma progressão lógica. Primeiro, o homossexualismo e o abordo foram exigidos como direitos, isto é, a moralidade como vista pela lei foi buscada e adquirida. Então, favores e proteções para o que a lei considera moral e digno de proteção têm sido progressivamente exigidos e concedidos. A exigência da liberação do casamento gay é baseada nos “direitos” concedidos pela decisão moral anterior.
Não podemos legislar pessoas morais, mas legislaremos moralidade. Leis contra roubo e assassinato nunca foram feitas para tornar alguém melhor, nem pretendem fazê-lo. Elas têm o intuito de dissuadir as pessoas imorais de um comportamento imoral por meio do medo da justiça. Nem parar num sinal de PARE faz você uma pessoa moral; o intuito não é torná-lo moral, mas fazer você dirigir de uma forma que proteja a vida e propriedade dos outros. Os magistrados, diz o apóstolo Paulo, devem ser um terror para os malfeitores; seu propósito é controlar as pessoas que querem fazer o que a lei diz ser errado.

Não é apenas o anti-cristianismo de fora que é o nosso problema hoje; estamos também lutando contra o elemento anti-lei de Deus (antinomiano) que tem atacado o Reino de Deus dentro dos seus próprios portões.
A moralidade sobre a qual nossas leis são baseadas são sempre religiosas em natureza. A ética moral de um cristão será diferente daquela de um humanista, ou hindu, ou muçulmano. Quando mudamos de religão, nossa moralidade mudará e nossas leis eventualmente reflitirão isso. Temos visto uma mudança progressiva da fé e lei cristã para uma lei mais vigorosamente humanista em décadas recentes.
O inverso também é verdade. Quando mudamos nossa moralidade, estamos mudando nossas pressuposições religiosas, e nossa própria religião é mudada. Não é apenas o anti-cristianismo de fora que é o nosso problema hoje; estamos também lutando contra o elemento anti-lei de Deus (antinomiano) que tem atacado o Reino de Deus dentro dos seus próprios portões.
Todos cremos na lei, de forma que todos cremos em legislar moralidade. Eu creio na moralidade de Deus. Em qual moralidade você crê?



Fonte: Chalcedon Foundation

Tradução: Felipe Sabino – www.monergismo.com

quarta-feira, 15 de julho de 2015

As Implicações do Livre-Arbítrio

 
Por C. H. Spurgeon


De acordo com o esquema do livre-arbítrio, o Senhor tem boas intenções, mas precisa aguardar como um servo, a iniciativa de sua criatura, para saber qual é a intenção dela. Deus quer o bem e o faria, mas não pode, por causa de um homem indisposto, o qual não deseja que sejam realizadas as boas coisas de Deus. O que os senhores fazem, senão destronar o Eterno e colocar em seu lugar a criatura caída, o homem ?
 Pois, de acordo com essa teoria, o homem aprova, e o que ele aprova torna-se o seu destino. Tem de existir um destino em algum lugar; ou é Deus ou é o homem quem decide. Se for Deus Quem decide, então Jeová se assenta soberano em seu trono de glória, e todas as hostes Lhe obedecem, e o mundo está seguro. Em caso contrário, os senhores colocam o homem em posição de dizer: "Eu quero" ou "Eu não quero. Se eu quiser, entro no céu; se quiser, desprezarei a graça de Deus. Se quiser, conquistarei o Espírito Santo, pois sou mais forte do que Deus e mais forte que a onipotência. Se eu decidir, tornarei ineficaz o sangue de Cristo, pois sou mais poderoso que o sangue, o sangue do próprio Filho de Deus. Embora Deus estipule Seu propósito, me rirei desse propósito; será o meu propósito que fará o dEle realizar-se ou não".
 Senhores, se isto não é ateísmo, é idolatria; é colocar o homem onde Deus deveria estar. Eu me retraio, com solene temor e horror, dessa doutrina que faz a maior das obras de Deus - a salvação do homem - depender da vontade da criatura, para que se realize ou não. Posso e hei de me gloriar neste texto da Palavra, em seu mais amplo sentido: “Assim, pois, não de pende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Romanos 9:16).

Fonte: Revista Fé para Hoje.